Depois que temos um filho escutamos cada coisa mais chata que a outra. E sempre penso, uma coisa é a pessoa te perguntar e outra é ela chegar te impondo algo e outra é o que se fala pra essa pessoa.
Isso é o mais corriqueiro e insuportável.
E é aquilo, engravidou e todo mundo já tem um monte de mandinga, rituais e mais várias outras coisinhas pra te ensinar. Quantas já escutaram "não esquece de preparar o bico do peito, esfrega bucha de não sei o quê com mais sei eu o quê lá"?! Eu escutei várias, mas enquanto seu bebê está quentinho e protegidinho dentro da barriga, até que está tudo bem.
Sempre gostei de escutar todas as dicas e depois conversar com a minha médica, umas eram úteis e outras eram de doido, como passar a bucha no peito. Minha médica na mesma hora disse "deixa aí o teu peito na dele, caso eu ache que tem que fazer algo será mais próximo do parto" e assim foi, perto ela pediu pra eu usar a concha pra formar o bico, mas era algo bem simples e que incomoda um pouquinho, mas nada absurdo.
Mas o problema vem quando o bebê nasce, pois todo mundo, quando eu digo todo mundo é todo mundo mesmo, pessoas que nunca visse na vida e que acham bacana te dizer como criar teu filho. Porém existe um detalhe, eu não perguntei e fico naquela do que falar pra essa pessoa, pois tu não queres ser grossa, mas algumas é quase que necessário.
A primeira de todas é sempre quando a criança está chorando, "ela tá com fome, vai dar o peito pra ela". Oi?! Tá mandando em quem?! Depois vem aquela que se está no colo é que a criança não pode ficar muito tempo no colo, pois faz mal, se fica no carrinho, tadinha.
Dessas da criança no carrinho eu tenho uma ótima: estava eu num chá de bebê com a Malu, ela deveria ter uns 3 meses. Ela sempre ficou super bem no carrinho e quando estava ali pegava no sono sozinha. Ela era muito tranquila nessa idade (depois que caminha sempre é mais complicado). Então eu antes de ir já tinha dado de mamar e ela estava tranquilinha e se quisesse dormir já estava de barriguinha cheia.
Aí o avô do bebê que ia nascer resolveu me achar. Chegou e começou "tá no carrinho, ahhh acho que ela quer um colinho". Fiquei na minha, dei um sorrisinho e só disse que ela estava bem. Passou mais um tempo e me diz ele "ainda no carrinho...", respirei fundo e disse "ela gosta de ficar no carrinho" e ponto.
Malu quase dormindo e ele chega falando alto e dizendo "tira ela do carrinho, acho que ela está com calor. Não é queridinha?! Tadinha", assim ele despertou a Maria Luísa e despertou também toda minha raiva. Odeio quem chama a minha filha de tadinha, tadinha é a vovozinha. Não respondi mais. Ele chegou a tirá-la do carrinho. Caramba, qual o motivo das pessoas não te respeitarem como mãe? A filha é minha eu que sei o que é melhor pra ela.
Quando a criança já está maior vem os questionamentos da alimentação ou melhor a imposição do que as pessoas acham. Como eu já falei por aqui, sou meio chatinha com a alimentação da Maria Luísa e aos poucos vou me libertando das amarras, mas isso sou eu e meu marido que temos que fazer, não outras pessoas. Mas os outros acham que devem dar de tudo para os teus filhos sem te perguntar e ainda questionar a tua forma de fazer a educação alimentar do teu filho.
Eu sei que sou super chata com amigas quando dão refrigerante para os seus filhos, tento sempre argumentar por alguns serem muito novinhos e aquilo ser muito açúcar. Mas tento ver a abertura que tenho com a pessoa e eu não saio impondo nada pra ninguém e nem dou nada pra filho de ninguém.
Já tive que dar gritos pra impedir que alguém desse algo absurdo, como esfirra do habib's quando a Malu tinha 7 meses. Mas qual era o problema, não é, tinha tirado o farelinho, era só a massa. Respira fundo e aguenta. Oferecer pirulito e chocolate pra ela e me olhar com cara de que sou louca por ainda não ter dado pra minha filha, é fichinha.
Uma vez numa pracinha a Malu estava brincando com uma menininha que tinha 1 dia de diferença dela, aí chega o irmão mais velho da menininha com um pacote de bolacha recheada e já dá pra menininha e já saí dando pra Malu e eu sempre falo educadamente "não obrigada, ela não come". A mãe das crianças me olhou como se eu fosse um E.T e depois disse, "ahhh é difícil tendo o mais velho". Sério, me segurei, mas só confirmei. Eu não conhecia a mulher, como eu ia julgá-la?! Mesmo ela tendo me julgado com o olhar antes.
Também já tive julgamento de dar coisas saudáveis, minha mãe e minha diarista teimavam em me questionar o motivo de eu dar arroz integral pra Maria Luísa. As duas conversavam entre elas "eu não dava isso pros meus". Até que minha mãe me acompanhou na minha nutricionista e me incomodou horrores até eu perguntar pra ela se podia dar o arroz integral pra Malu. Achei ótimo, ao sair da consulta pergunto na frente da minha mãe "posso trocar o arroz branco pelo arroz integral pra Maria Luísa?" e a nutri responde "não só pode como deve. Arroz branco é só amido!". Foi um beijo e tchau, sem incomodação.
Mas mesmo assim ainda tinha umas teimosias, mas que eu vou contornando.
Uma outra básica é "ninguém morreu por comer". Não é pelo motivo de ninguém ter morrido, teoricamente, que eu vou aceitar para o meu filho. E mais outras milhares, amamentação é outra bem comentada.
E assim eu continuo sem saber o que falar para pessoas que teimam em questionar como eu educo a minha filha e ainda resolvem "agir". E com vocês?!
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Beijos.