Já contei como engravidei, um pouquinho de como preparei, mas nunca contei exatamente como decidi ser mãe. Na verdade eu não sei quando me lembro de que não queria, mas...
Minhas brincadeiras de criança sempre foram ser mãe, eu nunca brinquei de noiva, casamento e coisas assim, sempre pulei para o ser mãe. Acho que como minha mãe não era casada, meus padrinhos tinham se separado, acho que não era um trauma, era só uma opção, ser mãe, mas não sonhar em casar para que isso acontecesse.
Vou falar que filhos de mãe solteira tem um orgulho enorme da mãe, ainda mais no meu caso que ela não era só solteira, meu pai não tinha contato comigo, não me ajudava financeiramente em nada, então minha mãe e minha avó que seguraram todas as pontas sempre. E depois que a minha avó faleceu ficou mais punk ainda para o lado da minha mãe, pois além de não ter a ajuda dela conosco, não tinha a ajuda financeira que ela dava.
Já estou trocando de assunto, mas voltando... Então sempre em todo momento das minhas brincadeiras eu era mãe! Mas os anos foram passando, eu crescendo, tomando juízo e vi que esse sonho ia demorar muito a acontecer, na verdade eu nem pensava nele e morria de medo que ele batesse na minha porta antes de tudo que eu tinha planejado para minha vida acontecer.
Eu, filha de mãe solteira, que se orgulhava de ter me cuidado sem um pai, sempre pensei em construir tudo que eu quisesse primeiro pra depois pensar em casar e ter filhos, no meu caso, ter filhos apenas.
Mas aí a vida não é exatamente como planejamos, entrei na faculdade, conheci o meu futuro marido (depois conto essa história), casei e... Pera! Não contei, eu comecei a namorar o Daniel e ele vinha com a história que queria ter filho antes de completar 27 anos (oi?!). Não meu filho, eu ainda estava na faculdade, demorei um pouquinho mais para entrar e com a idade que ele planejava eu ainda estaria fazendo a dita cuja. Pode parar!!! Foi difícil, mas ele entendeu um pouquinho.
Ele queria ter filho cedo, pois meus sogros tiveram filhos com um pouco mais de idade do que a maioria, mais o meu sogro. E ele achava isso ruim, pois disse que queria ser ativo para os filhos, tive que provar por a mais b que não tinha fundamento, já que ele com uma vida saudável não teria problema de curtir tudo. Meu sogro foi um jovem não muito regrado e o corpo depois de um tempo cobrou tudo, por isso sempre falo em vida saudável por aqui. Voltando... Hoje está cruel nas idas e vindas.
Ufa, consegui convencer o menino. Casamos, fomos embora pra Olinda e numa conversa com uma amiga resolvi dar data para esse tempo que eu iria esperar e coloquei que em 2012 teria meu filho (casei em 2007), simmmm filho, pois queria menino primeiro e depois menina. Essa minha amiga já achava que tinha que ser o contrário. Mas eu não tive irmão (menino, mesmo) mais velho e achava o máximo as amigas que tinham, inclusive essa minha amiga que combinamos de ter filhos juntas tinha um irmão mais velho.
Mas os anos foram passando e minha veia mãezística sempre se mostrava, um grupo de amigas de Recife por muito tempo me chamavam de "mãe", não por ser mais velha que elas, mas porque sempre cuidava delas e as enchia de conselhos e vou dizer que amava isso, depois de um tempo elas começaram a me dar tantos conselhos que me chamar de mãe não dava mais.rsrsrs
Só que com esse tempo passando, eu comecei a não me sentir tão preparada assim e já começava a pensar em abortar o plano de 2012. Fiz os exames pra saber como eu estava como já contei aqui, mas zero de achar que queria ser mãe. Simplesmente aquilo não vinha mais em mim.
Mas em 2010, eu me torno madrinha da Giovanna e as coisas começavam a mudar. E comecei a notar que tinha muito jeito com crianças. Acho que nem a minha cunhada sabe, eu na casa dela, estava indo para sala e escuto que a conversa dela com a diarista era sobre mim (vai que ela fala mal de mim.rsrsr), mas ela estava me elogiando, dizendo que eu tinha muito jeito para cuidar da Giovanna desde quando ela era bem bebezinha. Claro que fiquei emocionada escutando isso e aí a parte materna voltou a se aflorar.
Lembro quando a Gi foi lá pra casa com 4 meses e ficamos com ela para os papais poderem ver um filme no cinema, ela ficou super bem conosco, mas fez um super cocô que chegava até o umbigo. Meu marido quase passou mal, teve ânsia de vômito, aquele fiasco e eu calmamente a peguei, limpei tudo, dei banho e dando risada do meu marido. Ainda mais que a Gi estava toda feliz que tinha conseguido fazer cocô, sem choro, só cocô.rsrsrs
Aos poucos aquela vontade de ter um filho foi aumentando, e no final de 2010, começo de 2011 sentamos e conversamos realmente da possibilidade de começarmos a pensar num filho. Um dia me peguei chorando pedindo a Deus que queria muito, pois achava que precisava de um motivo para viver e correr atrás do que eu queria.
Nessa conversa, decidimos que 2012 realmente seria o nosso ano de engravidar e termos um bebê, vimos que nossa relação estava bem amadurecida, conversamos tuuudo. Já falei aqui que essa conversa é super importante, pois acho que só a partir dela se pode ter certeza da visão de cada um sobre maternidade e paternidade. Achamos a época perfeita, pois estaríamos no Rio, perto da família do marido, já que em 2013 já não saberíamos em que cidade iríamos estar, se perto ou longe da família.
Tudo certo, tudo ok, até que a gente conversando num aniversário, um amigo nosso que também iria fazer o mesmo curso que o Daniel me diz (como se a decisão fosse só minha) "Sabrina, vais querer ter filho em 2012 e só vais complicar o curso do Daniel, pois ele tem que estudar muito." Na hora fiquei tão sem reação, pois aqui sempre tivemos uma relação que a opinião dos dois valia muito e lá sei eu, não esperava. Aí não respondi, fiquei calada (milagre total) e fiquei mal, pois até fiquei pensando que era eu que estava colocando essa data e não um acordo entre os dois. eu acho até que eu teria esperado mais, mas a gente conversou tanto que via que aquele momento estava bom e que já tinha deixado o marido esperando muito tempo.
Chegamos em casa e eu conversei com o marido pra ver se era eu que estava pressionando e ele quisesse esperar mais um pouco. O meu marido era conhecido na faculdade como "psicólogo", mas com uma psicologia militar, e saiu de cara comigo dizendo que ele nunca tinha falado aquilo e que ele já estava perdendo as esperanças de um dia eu querer engravidar e muita revolta. Vi que não tínhamos tomado uma decisão errada, o abracei e disse que tudo estava de pé.
Vida que segue, nos formamos, Uhuuuu!!! E aí começamos a pensar no sonho, a coisa foi meio maluca, pois nos liberamos e depois pensamos que o plano de saúde do Exército não era tão bom, então paramos de nos liberar pra eu encontrar um bom plano de saúde. Aí encontrei e como tinha carência, tínhamos que esperar, mas aí... tarde demais, nós já estávamos grávidos. \o/
Quando soube que estava grávida, confirmo que fiquei sem dormir achando que poderia ter tomado a decisão errada, por não saber se conseguiria dar conta. Mas aos poucos fui vendo que estava mais certa do que nunca da decisão que tivemos, a Malu é o meu norte, realmente ela veio para eu achar um sentido na minha vida.
Vocês agora devem estar pensando, mas ela não disse exatamente como se sentiu preparada... Eu comecei a ver que estávamos preparados quando a nossa conversa começou a ser de como educar os filhos, o que cada um achava, via que tínhamos as mesmas opiniões sobre isso. Quando encontrávamos crianças na rua a gente apontava com aquela cara de idiotas, achando todos lindos, fofos e mais um pouco. Ahhh sim nós julgávamos pais e mães, achando que faríamos diferente (aprendemos a não fazer mais isso.rsrsrs). Nós pensávamos em como a Charlotte seria com o nosso futuro filho, pensávamos em nomes, pensávamos em muita coisa. Eu também pensava na festa de 1 ano, lá sei eu, 1 ano antes de pensar na época certa que teríamos um filho, já tinha tema escolhido e em quando eu tive um ataque histérico no carro quando passamos por uma casa de festa infantil, que o tema da festa era circo e eu saí gritando que era daquele jeito que eu queria a entrada da festa de aniversário de 1 ano do meu filho (eu já estava grávida nesse dia e não tinha a mínima ideia). Acho que nesse dia eu tive total e completa certeza e os ocupantes do carro também. rsrsrs O meu coração dizia muito que era a hora, eu digo que achava que poderia esperar mais um pouco, mas isso era a minha parte racional, mas o coração estava doido por um filho.
Nós colocamos o lado emocional e o financeiro na balança e vimos que os dois estavam casando. Pois, vou ser bem sincera, a parte financeira pesa muito e é racional e bom para o casamento pesar isso, não fique sendo mesquinho, mas pense se dá para pagar o que vocês querem para o filho de vocês, pra gente era ter alguém para ajudar em casa e depois a escola, claro que alimentação e roupas, mas isso é meio óbvio, mas digo coisas que tu aches importante e que em algumas família pode ser diminuído e cortado. No nosso caso, a escola sempre foi uma prioridade e por isso ainda não partimos para o segundo filho, pois achamos que com o segundo teríamos que trocar a Malu de escola ou o novo bebê não poderia estudar no mesmo estilo de escola.
Quando tudo isso foi visto e revisto tivemos a certeza de que era só esperar a hora que Deus achasse certo e teríamos o nosso baby.