Os recursos tecnológicos para crianças nem sempre são bem vistos entre
os adultos mais conservadores ou apenas os que "avaliam a melhor forma de educar" uma criança. Mas o tablet nem sempre é um vilão, ele também pode e é um aliado
excelente para os pais e para as crianças.
No começo, vou confessar, eu não era muito fã, sempre achava que ia
demorar muito para deixar a Maria Luísa usar, eu realmente demorei um bom tempo
para deixá-la usar com um pouco mais de independência, mas em vários momentos
ele me ajudou.
A Malu só começou a usá-lo realmente quando tinha quase 3 anos, mas antes eu já o
tinha usado de maneira bem proveitosa. Quando nos mudamos do Rio para Cachoeira
do Sul resolvemos fazer o percurso de carro e a Maria Luísa tinha apenas 7
meses, muito tempo ela dormia, outro eu conseguia brincar com ela, mas chegava
um momento que mesmo a gente parando ela ficava entediada e o tablet nos
ajudou, mais precisamente, a Galinha Pintadinha nos ajudou. Colocava a cantora
com penas e ela conseguia ficar mais calma, dava risada e tentava dar algumas
cantadas.
O tablet só era usado nesses momentos, mas ela via a Galinha Pintadinha no
computador quando cansava de brincar e eu estava fazendo o almoço quando
estávamos em casa. O que eu sempre fiz foi restringir horários, mas isso era
quando ela ainda mal caminhava.
Com a Maria Luísa mais espertinha caminhando pela casa e conseguindo
brincar com vários brinquedos em diversos lugares da casa, eu já não deixava
mais que ela ficasse vendo os desenhos no computador. Dei sempre preferência
pelas brincadeiras do que os vídeos e assim foi indo até os quase 3 anos dela.
Quando nos mudamos de Cachoeira do Sul para Porto Alegre e assim saímos
de uma casa para um apartamento menor sem tantas possibilidades de brincadeiras como antes, o
tablet começou a ser usado.
O tablet sempre é usado com a nossa supervisão e no começo era apenas o
que colocávamos. Aos poucos ela começou a aprender a mexer e assim já começa a
escolher o que quer, mas também damos sempre uma olhada para saber o que é e se
ajuda ou atrapalha na educação dela.
Sim, teve um tempo que ela ficou meio dependente e quando acordava já queria
pegar o tablet, mas aos poucos voltamos aos limites anteriores. A preferência
sempre é brincar bastante e só depois de muitas horas ela pode pegar o tablet.
E isso não acontece todos os dias, algumas vezes ela nem lembra dele.
Mas por qual motivo eu realmente me rendi a ele? Ali ela consegue fazer
várias atividades bacanas e não apenas ver vídeos, então faço questão de baixar alguns
joguinhos para que ela possa aprender e muitos são bastante interativos o que
fica muito mais interessante.
Alguns jogos e filmes que muitas vezes colocamos são em inglês para
potencializar o aprendizado que ela já tem na escola. Outros vídeos são de musiquinhas que fazem com que ela largue o tablet
para dançar e ainda aprende as coreografias.
Também colocamos desenhos em outras línguas que não só o inglês, como
também o Espanhol. Claro que ela vê algumas vezes desenhos em português, mas,
por exemplo, Frozen que ela já deve saber cada parte de cor, quando colocamos
começamos a optar pelo inglês para que ela vá adaptando o ouvido e fique cada
vez mais fácil o aprendizado.
Com isso vemos um real aprendizado dela com o tablet, não vejo ele como
apenas um instrumento que os pais usam para que os filhos fiquem quietos em um
canto, vou dizer, que muitas vezes prefiro que ela fique brincando com os
joguinhos convencionais do que com o tablet, já que vejo uma maior necessidade
de supervisão para que ela não entre no youtube e veja vídeos que não achamos
que sejam adequados para a faixa etária dela. Mas vejo esses recursos
tecnológicos como um mar de possibilidades de aprendizado.
Concordo que criança deva ser criança e tenha que brincar ao ar livre, correr,
jogar bola, andar de bicicleta, brincar de casinha, mas agora eles fazem tudo
isso, só que no lugar de sentarem para ver novela, sessão da tarde, Xuxa,
Angélica, Os trapalhões… tudo na frente da televisão, eles olham o tablet com
joguinhos que os ensinam ou com desenhos infantis, ainda possibilitando o
aprendizado de uma nova língua.
Como eu sempre vejo aqui em casa, o ideal é não ser radical com tudo, o
tablet não é um vilão, o vilão somos nós se não aprendermos a moderar o seu
uso.