O bebê nasceu. E o amor incondicional, nasce quando?

Todo mundo vê em filmes, novelas, documentários e mais um monte de gente dizendo que quando o bebê nasce aquele amor incontrolável já nasce junto e que é uma coisa inexplicável e tu vês mães chorando loucamente na hora do parto, mas quando o teu filho nasce parece que tem alguma coisa errada contigo.
Só pode! Pois tu vês que o normal é ser toda essa descrição acima, mas nem sempre é assim.
E vi que isso não acontece só com poucas mulheres, mas com várias. Notei isso participando de um grupo de mães no facebook quando uma mãe fez exatamente essa pergunta: Quando nasce o amor incontrolável e incondicional?!

Essa mãe fazia pouco tempo que tinha tido seu bebê e disse que se sentia super mal de pensar só no cansaço e não sentir todo aquele amor por aquele bebê que ela carregou durante 9 meses e que ela tinha tanto carinho e medo que qualquer coisa pudesse acontecer de errado. Ela disse que tratava o filho com todo o zelo do mundo, mas que não sentia aquele amor todo. E foi nesse momento que eu não me senti tão anormal.
A Maria Luísa durante a gestação no ecocardiograma foi diagnosticada com uma comunicação intraventricular, o que me deixou arrasada, saí da clínica sem o chão. A médica que fez o exame me informou que era bem pequena a abertura e que poderia fechar até ela nascer ou até 1 ano de idade, mas imaginar que ela não era perfeitinha como eu queria que ela fosse me deixou horrível. Só em pensar que ela poderia ter problemas como cansaço ao querer correr como uma criança normal me deixava triste demais. 
Depois de conversar com a minha médica e com a futura pediatra da Maria Luísa, tudo se acalmou. Vimos que era muito pequena a abertura e que ela não teria qualquer tipo de problema quando nascesse, mas existia a possibilidade dela ter que fazer exames logo depois do parto se quando fosse auscultado o coraçãozinho tivesse um soprinho indicando que ainda não tinha fechado. Mas nada assustador. 
Nada assustador até a hora do parto.
Eu estava super calma no meu parto, Malu nasceu de cesárea depois de horas em trabalho de parto, história pra depois, quando ela nasceu lembro de ter escutado o chorinho dela logo que saiu da minha barriga, chorei, mas estava preocupada com outras coisas, o coraçãozinho dela.
E isso pode ter impossibilitado que eu tivesse me escangalhado de chorar ou não, pois quando o momento é muito importante pra mim eu gelo e não choro, parece que é aquilo "tens que ser forte". No meu casamento foi a mesma coisa, quase não chorei, ficava emocionada, mas não chorava, chorei mais no curso de noivos. Achei normal ter sido assim no nascimento da minha filha.
E depois ela nasceu com muito frio que eu só queria que levassem ela para um local mais quentinho que aquele centro cirúrgico horroroso. Então eu estava naquela posição de mãe pensante e não mãe só coração, eu acho. O coraçãozinho dela já tinha fechado e foi tranquilizador.
Depois tudo foi normal, era um serzinho que eu imaginei tanto, mas que quando nasceu era super diferente do que eu podia imaginar e isso que fiz a tal ultra milhões de "d", mas nada é igual ao seu bebê de carne e osso no seu colo. Achava ela diferente de mim e do Daniel, mesmo a minha mãe dizendo que parecia que estava me pegando no colo. Ela tinha o olho tão puxadinho que parecia de um ex namorado meu, péssimo isso. Mas ela era linda ela é linda
Depois quando fomos pra casa, ela começou a desinchar e o rostinho a mudar, até meio feinha eu acho que ela ficou, também descobri que outras mães acham seus filhos feinhos com essas mudanças. Eu tenho uma amiga que uma vez me disse , "eu sei que meu filho não é lindo, pois ele é igual ao pai dele naquela idade e o pai dele era feio", achei a maior graça, mas na época não imaginava que podia achar isso de um filho meu, mas eu achei um pouquinho.
Passou e todo aquele inchaço passou e ela ficou mais lindinha ainda. Tá, mas e o amor?! O amor tava difícil de ser aquele descontrole todo, eu  não sei se era tanta tarefa que me deixava doida que eu não conseguia pensar nele. Eu ficava horas com ela, mas só pensava, ela está mamando bem, tá fazendo cocô direitinho, ai meu Deus tô cansada. Ahhh e ainda tinha a função do parto que mexeu comigo, pois não foi como eu queria e eu achava que tinha feito tudo errado.
Bom, o tempo passou e eu cuidando dela cada vez com mais zelo e mais carinho, mas e o amor incontrolável?! Tá, eu era anormal, só podia! Nunca falei nada pra ninguém sobre isso, pois sempre tive medo de me julgarem. 
Passou aquele tempo terrível de eu não saber nada de um bebê, por saber quase tudo. Domar as cólicas, as mamadas e saber acalmá-la como ninguém. Minha mãe foi embora e eu assumi o controle de tudo e as coisas iam melhorando. Consegui fazê-la parar de chorar incontrolavelmente enquanto preparava o meu café para poder dar de mamar a ela de manhã cedo e tudo ia indo bem. Tá e o amor?!
Aí fomos levá-la pra tomar a vacina de 2 meses, a primeira terrível que vem febre e tudo mais. Malu tomou a vacina e ficou super malzinha, começamos no dia com os remedinhos pra febre que passavam o efeito e voltava toda febre, aí no outro dia tivemos que dar um banho gelado nela e aí que tudo aconteceu. 
Fui decidida de que eu daria o banho, pois ela tinha confiança em mim como mãe e que assim seria melhor. Tiramos a roupinha dela e fui colocá-la no banho, vocês não imaginam a dor que corroeu o meu coração. Quando a coloquei ela começou a gritar desesperada e nesse momento aquele que ainda não tinha aparecido arrebatador e enlouquecido apareceu, eu chorava tanto, mas tanto, que meu marido só sabia dizer "para com isso, tu não estás fazendo de maldade! Para com isso!!!", quem conhece ele sabe que foi algo bem enérgico, pois ele tem todo uma psicologia militar de lidar com as situações. Eu não chorava de berrar, as lágrimas apenas saíam incontrolavelmente. E foi naquele momento que eu encontrei o amor mais incondicional, arrebatador, enlouquecedor e que cresce tanto que nem cabe no peito. 
A Malu chorou um pouco e logo amou o banho e foi o que fez a febre não voltar mais e eu estava lá completamente apaixonada por aquele bebê tão pequeno e tão lindo que eu coloquei no mundo.
Sei que não sou única, mas outras mães podem achar isso um horror, mas quero deixar as outras mamães tranquilas que o amor vem e vem enlouquecidamente!!!
Depois daquele dia tudo mudou, eu estava mais leve e mais doida pra agarrar e apertar aquela pequena gordinha magricela. O amor é inexplicável!!!

Beijos. 
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