"Medo da mãe"

Essa semana li num blog que também curto que é o Clube da Fraldinha sobre um relato de uma mãe que fala sobre o medo que suasfilhas tinham dela, pois ela gritava demais. Aí parei e pensei um pouco nas minhas atitudes com a Maria Luísa e como tudo muda de acordo com elas.
Eu sempre fui e ainda sou um tanto quanto respondona, não digo explosiva, pois sempre penso no que vou falar antes de sair abrindo a boca pra dar respostas, mas tenho que dá-las. Então quando alguém me fala "vamos deixar pra não conversar de cabeça quente" sempre digo que prefiro conversar na hora, pois se me deixar pensar mais o negócio só vai ficando pior. Mas quando o assunto são os filhos tudo pode mudar quando se está estressada, lembro quando a Malu nasceu que eu queria que tudo fosse na hora, ficava nervosa e o negócio só piorava. 
Claro que ela ainda tem só 2 anos e eu só tenho ela, mas juro que vou tentar de todas as formas me moldar pra não errar nesse ponto. Pois, mesmo amando enlouquecidamente minha mãe, ela nos cuidava sozinha e quando ficava estressada era trezentos mil xingões sem parar e saía tudo da boca dela sem pensar, acho que até por isso tenho essa atitude de pensar antes de falar. E o que acontecia depois era ela ficar triste de ter nos falado tudo aquilo e pedia desculpas (mesmo demorando pra isso acontecer por ser turrona), mas na hora a gente ficava super chateado e fica mais difícil de esquecer. 
Pensando assim, em que tenho que me controlar, até com o marido algumas coisas melhoraram, pois já fui daquelas que via alguma coisa errada que ele tinha feito... como quando depois de um dia inteiro contra as formigas loucas da minha casa eu tinha conseguido eliminá-las, meu fofinho toma café e deixa seu pratinho de banana com canela na pia sem uma gota de água e coloca todo trabalho de um dia por água abaixo. O que eu fiz? Liguei furiosa pra ele. E o que adiantou? Nada, pois minha ligação não matou as formigas que voltaram e só me fez mais estressada. 
Comecei a ver a necessidade de respirar fundo com a Maria Luísa quando ela começou a ter vontades, ela está numa fase que já quer escolher algumas roupas, diz se quer comer ou não, como quer sentar na cadeira do carro e coisas do tipo, e isso faz com que tudo demore mais para acontecer. Aí já tiveram dias de eu brigar com ela pra que ela fizesse mais rápido o que só faz demorar mais.
Depois de várias ocasiões de tentativa e erro, vi que o negócio muitas vezes tem de ser no tempo dela. Agora ela quer subir sozinha no carro e ir pra cadeira dela, quando colocada direto briga, grita, faz birra e faz com que demoremos muuuuuito mais. Então respiro fundo e deixo que ela suba do seu jeito, até porque vivo estimulando a independência dela, nada mais justo do que ela entrar no carro e se ajeitar na sua cadeira sozinha. Claro que quando estamos atrasadas isso não é algo tão bacana, mas o que vai adiantar eu dizer que não e brigar? Ela vai começar a chorar, vai se contorcer na cadeira e com certeza os 5 minutos que ela ia demorar fazendo isso sozinha, demorarão uns 10 na briga. 
E isso fui notando a cada dia, não aprendi do dia pra noite, mas às vezes mesmo tendo "aprendido" quero fazer do meu jeito e só dá meleca! E fui aprendendo mais quando os conflitos eram com o pai dela do que comigo, pois ia vendo que se ele no lugar de estar brigando fosse deixando algumas coisas do jeito dela a coisa teria andado melhor. 
Mas não confundam isso com deixar fazer todas as vontades dela, pois pra ela o ideal seria ir no carro no banco como adulto e isso ela nunca vai fazer, pode gritar, berrar, espernear que não vai rolar. Porém, existem coisas que eles acham que é o que eles querem, mas levamos do nosso jeito. Lembro de um dia que ela abriu o armário da cozinha e embestou que queria bolacha água e sal, mas não podia ser do pacote que já estava aberto, tinha que ser do que estava fechado. Fiquei tentando convencê-la de que era a mesma coisa, mas não tinha jeito e eu "ahhh então tá bom!". Peguei uma bolacha do pacote aberto sem ela ver, peguei o pacote fechado e fingi que tirei daquele. Ela pegou feliz da vida e não me incomodou mais.
Muitas mamães devem estar a pensar que eu deveria ter explicado que ela tinha que comer a do pacote aberto e tudo mais até ela aceitar, mas ela tem 2 anos, conversa não adianta muito nessa idade, pois ela compreende algumas coisas, mas não tudo. Ela não consegue entender que o pacote aberto e fechado são da mesma bolacha, ela só pensa que o fechado é um pacote novo feito pra ser aberto naquela hora. 
E no dia da festinha dela de aniversário foi outro dia que eu até me surpreendi comigo, cheguei do salão em cima da hora e quando chego em casa a Maria Luísa está dormindo ainda, sem estar arrumada, sem banho tomado, aquela coisa e a minha mãe dizendo que estava tentando acordá-la, mas não tinha jeito. Em tempos normais já teria ficado maluca, bufando de cara, mas respirei fundo e fui acordá-la. Claro que pensei na forma mais fácil  de convencê-la e que minha mãe ainda não tinha pensando "Maria Luísa acorda filha, hoje é o dia da tua festa". Foi como mágica e ela acordou e sentou na cama, mas logo depois vieram ataques e ataques de choro por nada.
Minha mãe já ficando nervosa e eu vamos lá, na maior calma, indo para o banho e ela gritando alucinadamente, vocês sabem que eu não sou adepta a chocolates e coisas do tipo para a alimentação da Malu, mas aquele dia era a festinha dela, o dia dela, uma criança chorando o tempo inteiro não seria a melhor saída. Passei na mesa de jantar que tinha uma barra de chocolate das lembrancinhas dela, abri e taquei um pedaço na mão dela. Sim! Ela foi tomar banho comendo chocolate e a minha mãe só sabia dizer que o chocolate ia derreter e tudo mais. Disse pra ela, tenta tirar o chocolate da mão dela então?! Claro que não!
Comeu, tomou banho, só sei que deu certo. 
Foi se arrumar e começaram os berros "Peppa, Peppa, Peppa", ela tinha acabado de ganhar dos padrinhos a porquinha de pelúcia, lá vou eu catar a Peppa. Só que a porquinha não a convenceu de colocar o vestido. Minha mãe já aflita e vi que o negócio era sentá-la no sofá pra ver novela e ali ela ficou tranquila enquanto eu me arrumava, ela só de blusinha, meia-calça e sapato, peguei o vestido e usei novamente a tática do "é a sua festinha, vamos colocar o vestido pra ficares linda" e ela foi colocando. No final tinha uma criança arrumada, sem choros, sorridente e tranquila. 

Maria Luísa prontinha na casa da vovó!!!

Mágica, não, paciência. Eu podia tê-la obrigado a se arrumar na mesma hora, sem etapas e do meu jeito, mas eu iria me estressar, ela ia chorar muito, eu ia me descabelar, literalmente, e teria uma criança irritada para a festinha dela. Ahh sim, com isso tudo nos atrasamos pra festa, chegamos e vários convidados já estavam lá, mas eles entenderam e a festa foi uma delícia.
Mamães, sei que existem dias que eles nos deixam malucos, mas como disse a mamãe no texto que li, respire fundo, corra pro banheiro mais próximo e se acalme, pois assim pensas racionalmente e não deixas nem teu filho triste e nem tu. Difícil? Muitas vezes beirando ao impossível, mas a gente é forte e consegue. 

Beijos.  
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