Entrevista com o Pai das Marias


E eis que existe um papai no instagram que está bombando entre as mamães! E sabem o motivo? Não, não, ele não é bonitão, longe disso (tá, pra Si ele é), mas ele é a figura em pessoa e é o responsável por ficar com as pequenas em casa. Isso mesmo, ele é o dono da casa, é ele que toma conta das Marias para a mamãe Simone poder trabalhar. A descrição no instagram está "Pai das Marias, e executivo, a esposa manda, eu Executo. Motorista, lavadeira, doméstica, psicólogo e escravo."


O Pai das Marias, ou melhor, o Eduardo é casado com a Simone e eles são pais da Maria Antônia (a mais velha, conhecida como Farofa Girl) e da Maria Eduarda (a pequena recém nascida e mais conhecida como Passarinha Girl). 
Não tem possibilidade de tu dares uma passada no instagram Pai das Marias e não dar boas gargalhadas. Aí o negócio fica viciante que vais passando todas as publicações para poder dar mais e mais risadas. Não sei quando encontrei o instagram dele, mas pra mim é o melhor ig de pais que andam por aí (nesse momento ele se achou).
O Eduardo conta tudo da vida de quem cuida dos filhos, mas sempre com um toque de bom humor. E mesmo ele dizendo que não é blogueiro tá ficando super chique dando entrevista pra tv e quem sabe um dia chega na "Namaria Braga". E é claro que eu tinha que trazê-lo aqui pra contar um pouquinho do que o instagram algumas vezes não passa.
Principalmente o que não é visto em fotos. Quis conversar com o Eduardo as angústias de quem cuida das crianças e muitas vezes é julgado, como é o caso das mães que fazem a opção de ficar em casa e cuidar dos filhos.

A verdade é que eu queria colocar o áudio da conversa que tive com ele, mas se publicasse tudo perderia a amizade.rsrsrs 

Mamãe em Construção: Edu qual a tua profissão que exercias antes? E qual a profissão da Si? 
Pai das Marias: Eu era comerciante, tinha uma distribuidora de produtos para panificação e a Si é administradora e artista plástica.

MC: Quando e como vocês tomaram a decisão de tu cuidares das meninas e somente a Si trabalhar fora?
PM: Então, muito antes da gente ter filhos nós éramos muito de criticar os filhos dos outros e as atitudes dos outros pais. Pois a gente nunca gostou desse negócio de babá que tira a privacidade. Daí quando a Simone engravidou a gente sempre disse que não ia ter babá que a gente ia se virar e ela iria trabalhar só um horário e consequentemente como eu estava sem trabalhar daria pra encaixar. Sendo que no 1º mês da Maria Antônia ela teve depressão e no 3º mês ela teve que voltar a trabalhar que uma das sócias dela, que é a irmã dela, teve problema de saúde, aí eu tive que assumir tudo e aí foi.

MC: E como foi a aceitação da família? Já que família adora dar pitaco.
PM: Minha mãe morava bem próximo a mim, foi quem me deu apoio no início, primeiro mês ela ficou comigo me ensinando tudo e no segundo eu botei ela pra fora, entre aspas, pois ela queria fazer do jeito dela e eu disse que não. Eu queria que ela me ensinasse e eu fizesse do meu jeito. Meu pai não aceitava muito a situação, porque ele sempre foi muito machista. Meu sogro é piloto, então assim, ele só me via uma vez por semana, eu sei que ele não gostava, mas pra ele tanto faz como tanto fez a filha dele estando feliz está ótimo. E a minha sogra, foi a pessoa que mais apoiou em tudo. Ela não botou a mão na massa, mas financeiramente quem dava um suporte era ela, a gente sempre corria pra ela. 
E hoje a gente é vizinho da minha sogra, antes éramos vizinhos da minha mãe, e ela é o suporte da gente. Quando a gente precisa realmente, quando o bicho pega, ela é que está junto.
Isso é o que eu considero família, meu sogro, minha sogra, minha cunhada, minha irmã, pai e mãe. Agora parente, tios da Simone, tios meus, nossa, aí é crítica, é preconceito de que homem tem que se sustentar, de que é um absurdo. Sendo que agora tomou uma repercussão, teve a entrevista do blog Mãe na massa, aí depois teve a entrevista na TV daqui (ele mora em Maceió), já teve a entrevista no jornal daqui da TV Gazeta que é filiada Globo e já tem um outro blog daqui que é Quebrando Preconceito que já marcou comigo. Então assim, tomou uma proporção que agora é legal ser amigo do Eduardo.

MC: Edu, sabemos que é tu que cuida das meninas, mas sempre fizeste tarefas de casa ou isso foi uma completa novidade?
PM: Eu sempre gostei, sempre fui muito caseiro. Eu sempre fui muito mais organizado do que Simone. Simone é metida a artista, então artista plástica bagunça é bonito. E eu sempre fui mais organizado, pelo menos tentei, e nunca foi novidade pra mim, lavar um prato, lavar um banheiro. Achava muito normal, minha mãe era Pedagoga, eu tinha mais duas irmãs e ela sempre foi dona de casa e pedagoga, até que parou de trabalhar pra ser totalmente dona de casa. Pra mim era normal, eu via meu pai também no fim de semana lavar banheiro, lavar as fraldas da gente, então era normal.

MC: Sabemos que as mães, ainda mais de primeiro filho, são super possessivas, sempre achando que só elas é que sabem fazer. Eu era assim aqui em casa e não só com o marido, mas também com a minha mãe e com todo mundo. Como foi com a Si, foi tranquilo? E quando tiveste que assumir sozinho, ela te dava muitas recomendações ou ela achava que não precisava?
PM: Então, a Simone é uma pessoa que ela nasceu pra mandar. Mulher já nasce pra mandar e ela nasceu pra mandar muito. Como ela teve um começo de depressão no primeiro mês, ela estava muito insegura. Então eu dei banho primeiro que ela, eu troquei primeiro que ela, então assim (momento tenso na voz) era legal. Mas quando ela começou a fazer, ela queria que tudo fosse do jeito dela, nesse quesito da execução das coisas. Mas em questão de possessiva, assim, é minha filha eu sei fazer, não. Nós dois só não aceitávamos opiniões de fora, tipo, minha mãe chegava e falava alguma coisa, tudo bem, uma vez, duas vezes, na terceira a gente já cortava, por que eles queriam que a gente fizesse do jeito deles e não, era do nosso jeito. Como a gente sempre foi muito crítico com criança mimada então a gente queria fazer tudo do nosso jeito.
Mas hoje ela é de boa, ela só dá algumas recomendações. Tipo, besteira (ele julga assim), no começo eu deixava Maria Antônia com cabelo molhado, ela reclamava. Coisas que pra mim, homem, passava, "ahh besteira". Eu deixo muito a Maria Antônia de fralda, porque aqui é quente, ela não gosta, ela quer que coloque uma camisetinha, uma roupinha. Quando acorda, eu deixo de pijama, ela quer que tire o pijama pra não sujar o pijama quando ela for lanchar, essas coisas assim.


MC: Muitos homens acham um absurdo somente a mulher trabalhar, como foi isso pra ti e como é? Sempre foi tranquilo ou teve algum momento de dúvida? Essa é uma dúvida comum entre as mulheres que fazem essa opção e queria saber como é pra ti?
PMÉ tranquilo, ponto, mas eu me preocupo muito comigo, se está tudo bem, se não está. Fico às vezes "Será que eu estou fazendo certo? Será que eu não tô fazendo certo?" É natural as pessoas rebaixarem você pelo seu serviço que, entre aspas, não gera renda pra família. Mas eu comecei a valorizar muito as pessoas que cuidam dos filhos, pois é muito, muito difícil, muito trabalhoso. Não é todo mundo que tem essa coragem. É muito fácil pagar uma babá, pagar um colégio. Joga um horário no colégio, outro na babá e eu só vou pegar à noite e botar pra dormir. Isso é muito fácil! 
Cuidar do filho, dar educação é muito complicado. Se eu pudesse hoje eu teria uns cinco, mas financeiramente e a questão da saúde da Simone hoje não dá.
Mas me preocupo muito comigo, será que daqui a três/quatro anos eu vou me arrepender disso. Eu acredito que não, eu tô trabalhando para que eu não sinta isso e tenha a certeza do que eu estou fazendo.

MC: O trabalho de casa também é feito por ti ou tens alguma ajuda?
PM: Tem uma pessoa que trabalha com a gente, secretária nossa, ela faz o trabalho de casa pesado. Mas supermercado quem faz sou eu, Simone nunca gostou muito, só quando cozinha alguma coisa específica que ela compra as coisas. Mamadeiras, chupetas de lavar e esterilizar sou eu que faço, não que eu não confie na pessoa que trabalha aqui, mas eu prefiro fazer. Das meninas, banho, refeições, isso é comigo.

MC: Edu, o que tem de bom e de ruim de ficar cuidando as meninas em casa?
PM: Acho que não tem nada ruim. A parte boa é que elas serão meninas ogras, vão arrotar na frente do namorado, isso vai ser legal, porque vai dificultar que elas namorem, espero que elas cresçam muito e fiquem com quase 2 metros e assim, elas vão ter que namorar uma pessoa muito f*, porque o pai delas é f*.

ps: nesse momento todos os pais ciumentos pedindo demissão pra ficar com as filhas em casa. 


MC: Si, o que tem de bom e de ruim do Eduardo ficar com as meninas em casa?
Simone/Eduardo (pois ele mal deixou ela responder): O lado ruim é que ele estraga as meninas, ensinando besteira, não colocando limites.
Vou transcrever exatamente o que escutei no áudio: E o lado bom é que ela disse que eu sou f*, um pai do c*, um pai muito top (Simone ao fundo "que conversa!"), mas que ela tem certeza que elas serão bem educadas.

MC: Como nasceu a ideia de fazer o instagram e contar o dia a dia de vocês? Tu achas que está ajudando outras pessoas, outros homens?
PM: O instagram já tinha, essas palhaçadas eu já fazia, com os meus cachorros, fazia com Simone as brincadeiras. Ele era bloqueado, até que abri para as pessoas verem. Eu acho massa, eu acho muito legal. Se está ajudando eu não sei, a minha ideia nunca foi "dica de chupeta", "dica de mamadeira", eu não vou dar dica, tô fora, eu vou mostrar como é a minha vida. Não sei se estou ajudando outros pais, porque na grande maioria eles acham que sabem de tudo, pois homem acha que sabe de tudo e homem é uma m* não sabe de nada, ainda mais nesse assunto. Mas eu acho muito legal, eu vejo pessoas com 30 mil seguidores que eu vou ver foto e tem 200 curtidas e nenhum comentário. O que eu mais gosto são os comentários, críticos ou não, eu acho muito legal o retorno das pessoas.


Bom, eu tenho que agradecer ao Eduardo e a Simone que toparam conversar comigo e falar pra vocês um pouquinho mais da vida deles.
Sigam o Edu lá no instagram @pai_das_marias , vocês não vão se arrepender é garantia de risadas na certa.

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