Um mesmo mosquito e três doenças

O assunto é muito importante como vocês conseguem ver na própria mídia nos últimos dias e por isso resolvi tocar nesse assunto por aqui, para que todos estejam em alerta e saibam que medidas tomar. Para isso conto com a colaboração da minha cunhada, Rafaela Bruno, Bióloga com Bacharelado em Genética (2000), Mestrado em Biofísica (2001), Doutorado em Ciências (2005), sendo Pesquisadora da Fiocruz desde 2008, trabalhando diretamente com o mosquito Aedes aegypti.


O verão se aproxima e com a chegada das chuvas, um problema antigo recomeça: as epidemias de Dengue. As fêmeas do mosquito Aedes aegypti são as responsáveis pela transmissão dos vírus Dengue e, mais recentemente, outras duas doenças, Chikungunya e Zika, transmitidas pelo mesmo inseto, aumentam o estado de alerta da população. Atualmente, a Zika tem chamado bastante atenção dos cientistas e do Minsitério da Saúde porque pouco se sabe sobre os agravos que esta infecção pode causar.
Todas estas doenças têm sintomas semelhantes, o que muitas vezes, dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, o diagnóstico é parecido com o de gripe ou resfriado e a pessoa tende a negligenciar os sintomas. Porém o recomendado é que, ao perceber qualquer um dos sintomas (febre, dor nos olhos, dor no corpo e nas articulações e/ou manchas avermelhadas pelo corpo), a pessoa procure imediatamente uma unidade de saúde para uma primeira avaliação. Estas doenças todas podem causar desidratação, por isso, use e abuse de água e de isotônicos e água de côco especialmente.
Infelizmente nenhuma destas doenças ainda tem vacina. Como são doenças virais, são chamadas de auto-limitantes e são curadas com o passar dos dias. O problema é que a pessoa não se cuidar, os estragos podem ser grandes e, muitas vezes, os pacientes vão a óbito. Se não há vacina nem medicamentos, como podemos fazer para evita-las?
Hoje em dia, o mais eficiente é o controle mecânico do mosquito, que é a eliminação dos criadouros do mosquito. A fêmea do mosquito gosta de colocar seus ovos em águas limpas (com pouca matéria orgânica) e sem muito fluxo (“água parada”). Por isso, qualquer lugar em que ela encontre água limpa e parada, se torna um possível criadouro. Dentre eles, os mais comuns são pneus, caixas d’água, galões, tonéis, pratinhos de plantas. Existem outros criadouros que a gente nem imagina, como calhas de ar condicionado, bandejas traseiras de refrigeradores, entulhos e restos de construção civil. Por esse motivo, a vigilância deve ser constante! Se nós tirarmos 10 minutos por semana para a limpeza dos criadouros, a taxa de nascimentos destes insetos cai drasticamente! Uma vez por semana é suficiente, pois é o tempo que leva para os ovos chegarem à fase adulta!
E como eliminar os criadouros? Ao contrário do que parece, não é só jogar a água fora! No caso de tonéis, galões e caixas d’água, a vedação deve ser perfeita, pois qualquer fresta é suficiente para a fêmea por seus ovos. E nos pratinhos, bandejas e locais acessíveis, é fundamental esfregar o recipiente com água e sabão, porque os ovos dos mosquitos tem duas características importantes, que fazem do Aedes aegypti ser de difícil eliminação. A primeira é que eles são escuros e ficam disfarçados, dependendo do criadouro. A segunda é que eles tem um adesivo que faz com que eles fiquem grudados no recipiente. Portanto, só a limpeza com esfregação é eficiente. Por fim, a vigilância com os outros deve também ser constante. Não adianta limpar só a sua casa se a do vizinho tiver potenciais criadouros. Você sabia que uma fêmea de Aedes aegypti pode viver até 30 dias e voar a uma distância de 300 metros? Imagine quantos criadouros e fontes de sangue ela não encontra no caminho?

A nossa luta é contra o mosquito, e combatê-lo é dever de todos nós!
Para maiores informações, acesse: http://bit.ly/1Mln2ZZ e também podem acompanhar pelo http://portalsaude.saude.gov.br/ . 
No site da Revista Pais e Filhos também tem outra reportagem falando sobre o assunto dos casos de zika e planejamento de gestação  http://www.paisefilhos.com.br/noticias/adiem-os-planos-de-gravidez-diz-diretor-do-ministerio-da-saude/.

Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...