Dia da mulher!


Hoje dia da mulher e ontem me vi pensando nisso, de como é a vida das mulheres atualmente.
Eu não trabalho fora, trabalho em casa, mas fazer afazeres de casa é o mínimo que eu faço, pois eu quase não tenho tempo (na verdade eu acho que não consigo me programar como deveria, pois odeio fazer). 
Mas ontem depois de um dia cansativo fiquei pensando de como minha vida mudou e de como eu pensava que seria mas não é.
Lá sei eu quanto tempo não consigo tocar no computador para fazer um post, quanto tempo demora para eu conseguir sentar e trabalhar como eu gostaria, pois tudo da casa vem antes do que eu tenho que fazer.
A escola da Malu resolveu que mesmo para crianças que já estavam na escola no ano anterior, teria adaptação de 2 semanas, depois da reclamação das mães ficou 1 semana e 1 dia. Mas era algo de muito tempo para mães que trabalham. 
E o que aconteceu? Eu fiquei escrava da escola durante toda essa semana, pois tiveram dias que ela ficaria 1 hora e meia, depois 2 horas e não tinha muito o que se fazer, quando passou para um tiquinho mais eu consegui ir na academia fazer uma parte do meu treino e correr para buscá-la. Enquanto isso, meu marido não mudava nada da sua rotina, pois ele tem horário e lugar para ir e dar entrada e saída e eu não.
Algumas pessoas podem dizer que isso é um privilégio e eu concordo, mas eu ainda penso no que tive que parar para estar a disposição nesses dias. E vou dizer, eu trabalho em casa, mas até as mães que trabalham fora eram elas que estavam lá e não os pais.
Sim, quase não vi pais esperando os filhos durante aquelas mínimas horas, um dia ou outro vi alguns buscarem no meio do dia, mas nenhum estava naqueles dias de quase nada de horas esperando para ver se o filho não ia chorar e ter que sair no meio do caminho.
E ontem, eu cheia de coisas para fazer por aqui, como esse texto, tive que ser somente mãe novamente, pois a Malu ainda estava com adaptação e depois eu teria que esperar 1 hora e meia para a aula de ballet dela. Só que nesse meio tempo eu tinha que mandar ajustar um vestido meu (ufa, algo pra mim) e depois ir até o centro da cidade comprar o que faltava para a aula de ballet dela, como a sapatilha, isso me durou todo o tempo até buscá-la. 
Depois volto para a escola e a busco, busco o marido para poder acompanhar a primeira aula de ballet na escola nova, troco o uniforme pela roupa de ballet, esperamos até a hora da aula, corre no supermercado que tem ali pertinho, busca do ballet, volta pra casa, dá banho e ufa, o marido foi dar a janta, pois eu ainda tinha que trabalhar um pouquinho. 
Sério, depois de tudo isso eu estava acabada, trucidada, e pensando em como a minha vida mudou de como era e como eu achava que seria.
Antes era trabalhando muito, acordando cedo e chegando em casa tarde, e eu achava que depois de ter filhos eu continuaria trabalhando fora, não chegaria tarde, mas conseguiria dividir várias atividades da família. E agora o que eu vejo é bem diferente, renunciei muito pela minha família e principalmente pela minha filha, sou feliz com o que faço, mas algumas vezes cansa.
O que mais cansa mesmo é que depois de fazer tudo isso tu ainda tens que aguentar gente te julgando por cada uma das tuas renúncias, a principal de ter me formado em Direito numa faculdade federal e agora não exercer, mas tenho certeza que se tivesse sido diferente e ter optado por trabalhar fora e a Malu ter tido que ficar em tempo integral na escola ou uma parte com babá e depois na escola, eu também seria julgada.
Hoje, nesse fim de dia da mulher eu só posso dizer que a nossa vida de mulher é difícil, que vida de mãe então é mais complicado ainda, pois além de renunciarmos coisas que gostávamos, ainda temos que aguentar julgamentos de pessoas que mesmo sendo da tua família não moram na tua casa. E o pior, mesmo todas as mulheres sentindo algum tipo dessas dificuldades, são elas que julgam as outras mulheres, são elas que deixam a vida da outra um pouco mais difícil.
Então mulheres, nesse nosso dia eu peço, mais empatia pela pessoa do mesmo sexo que está ao teu lado! Pois se tu achas que a tua vida é difícil, tu não estás na pele da outra para saber como é a vida dela. Tu não estavas na pele dela quando ela renunciou do seu trabalho para cuidar dos filhos, pois quando colocou no papel sairia mais caro colocar os filhos na escola em tempo integral do que parar de trabalhar e ficar com eles pelo menos um período. Ou então tu não estavas na pele da outra que voltou a trabalhar depois de poucos meses do seu filho ter acabado de nascer e ele ainda mamava no peito integralmente. 
Tu não vives a vida dela!
Feliz dia da mulher!
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