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Foto Teca Avelar |
No dia Mundial da Conscientização do Autismo eu contei um pouquinho sobre o meu sobrinho Ugo lá no instagram. Hoje, a Sandra, mãe do Ugo vem contar um pouquinho mais sobre a história do Ugo e como foi receber a notícia de que ele poderia ter autismo, o acompanhamento e o desenvolvimento dele.
Antes podes ler um pouquinho mais sobre o Ugo aqui, pois ele já participou do blog tempos atrás.
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Esse é o Ugo! E eu amo essa foto. Esse OK foi feito pra mim depois de eu tê-lo amassado bastante. É quase um "Ok! Tia Sabrina, eu gostei, mas pode parar". |
"Ugo foi um bebê muito esperado, planejado e amado. Veio ao
mundo de parto cesáreo com 38 semanas de gestação. Começou a frequentar a
creche com 7 meses. Atingiu todos os marcos do desenvolvimento dentro do
esperado, até...
Quando Ugo tinha 2 anos e 2 meses fui chamada na escola para
ouvir o que eu já sabia, mas insistia em negar: Ugo não estava estava desenvolvendo
a linguagem como era esperado para uma criança da sua idade, quando falo
linguagem digo a verbal e a não verbal. Ugo tinha dificuldade em se comunicar e
isto estava prejudicando a sua interação com os amiguinhos.
Moral da história, fomos encaminhados para
uma fonoaudióloga. Com três meses de terapia com a fono decidimos marcar uma
consulta com um neuropediatra. Não vou enganar, a consulta com a neuropediatra
foi tensa. Saímos de lá com um monte de exames nas mãos para fazer e um
possível diagnóstico: TEA ou Transtorno do Espectro do Autismo. Saí do
consultório arrasada, preocupada, angustiada.... O que seria do futuro do meu
Ugo?
Uma outra hipótese era o Ugo ter alguma deficiência
auditiva. Tentamos fazer a audiometria, mas não tivemos sucesso, então partimos
para o BERA. Mais um sofrimento para a mamãe aqui... teve que ser com anestesia
geral. Exame feito, detectou um problema de condução em um dos ouvidos. Ele
ouvia perfeitamente, mas a resposta chegava com atraso, como se ele ouvisse com
delay. Segundo o médico este problema se resolveria sozinho e daqui alguns anos
eu ia pedir para ele parar de falar. E, era muito importante estimular com
terapia com fono, escola e parquinho. Ele precisava de outras crianças.
Voltamos com os exames para neuropediatra, além do BERA ele
também fez um eletroencefalograma que deu normal. Ela não deu muita importância
ao resultado do BERA e, como era cedo para um diagnóstico continuamos com a terapia
com a fono.
Com três meses de terapia com a fono o Ugo parecia outra
criança, começou a interagir, tentar a comunicação. Estava descobrindo o mundo.
Dois sintomas me incomodavam muito: a falta da comunicação e
a agressividade. Como ele não conseguia pedir o que queria falando ele sentava
o braço. Isso era comigo, com família, com amiguinhos... e, por isso não
baixávamos a guarda. Sempre que o comportamento inadequado aparecia,
corrigíamos.
Quando o Ugo estava com quase quatro anos decidimos, por
orientação de uma amiga, colocar o Ugo na psicóloga. Ele faz duas vezes na
semana, uma individual e outra em grupo.
Isso foi em 2015. 2015 foi o ano do Ugo. Ele começou o ano
sem falar e terminou tagarela. Sempre me perguntam o que mais ajudou? Eu vou
responder: TUDO. A fono, a psicóloga, a escola, a mediadora da escola, os
amiguinhos, a família. Foi um trabalho em equipe.
Se eu posso deixar um conselho é: não espere diagnóstico
para agir. Se existe suspeita de diagnóstico, existe sintomas e, estes sintomas
podem ser tratados antes de diagnóstico não fechado.
Até hoje o diagnóstico do
Ugo não foi fechado, mas como ele apresentou sintomas do espectro no passado
ele está num diagnóstico não fechado ainda.
Mais um conselho, não esconda seu filho. Eu sei que é
complicado, para mim também foi. Principalmente quando ele batia nas outras
crianças, nem sempre as outras mães entendiam. Mas valeu a pena!
Se eu tivesse
isolado o Ugo, ele nunca ia aprender a conviver, a ser criança com outras
crianças. Eu podia ter produzido um grau mais severo do TEA do Ugo, por medo de
incluí-lo.
Ainda estamos na luta, mas hoje vemos progressos
diariamente. Ugo não precisa mais de mediação na escola e se comunica muito
bem. A fala melhora a cada dia e ele é um tagarela, fala o dia todo.
Foi fácil? Não. Valeu a pena? Sim, vale a pena cada minuto.
Hoje eu sou uma mãe que não imaginava ser, sou melhor. Aprendi a dar valor ao
que realmente importa. Aprendi a correr atrás. Conheci pessoas maravilhosas.
Acabou aqui? Não... Ainda teremos muitas conquistas pela
frente."
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Fernando (pai do Ugo), Ugo e Sandra (mãe do Ugo) |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyNjgfoKdgJ3XVQdsCK_MrLNhgREulW9y9oFDfDFfkGX51flcy9_hjBmrO2E4y9uGsJpg_CXmkJdlbjjpZt8p_MyNhnRE21q8J5OfWnn0ylNNLln81HTp4Atcvokukfh7ucN8_9tQPVMc/s1600/assin.png)
Simplesmente lindo! Trabalho com crianças em reabilitação. ..Esse olhar sereno e a busca para que tudo efetivamente melhore é o que realmente modifica
ResponderExcluirObrigada!!! Parabéns pelo teu trabalho! Bjsss
ExcluirSimplesmente lindo! Trabalho com crianças em reabilitação. ..Esse olhar sereno e a busca para que tudo efetivamente melhore é o que realmente modifica
ResponderExcluirLindo relato!!
ResponderExcluirSe vocesS forem do RJ, poderia me indicar o contato do neuro pediatra? Obrigada