Como deixar seu filho dormir fora de casa

filho dormir fora de casa

Definitivamente o nome desse blog é o mais correto que eu poderia encontrar, pois estamos sempre com a nossa maternidade em construção. 
A mãe aqui que achava já estar craque em tudo se viu numa divisão de sentimentos nas últimas semanas e descobri que isso não afetava só a mim, mas também entendi que muitas mães sentiam o mesmo.
Deixar o filho dormir fora de casa é um assunto muito mais complexo do que imaginei, notei que outras mães não se sentem seguras em deixá-los ganhar o mundo e explorar novos ambientes e sentimentos longe delas. 
Maria Luísa é uma criança que já dorme longe da gente desde 1 ano e meio (mais ou menos), quando decidimos que precisávamos de um pequeno momento só nosso e a deixamos na minha mãe e fomos para Pelotas pra curtir uma noite longe. Ao sair da casa da minha mãe chorava copiosamente, parecia que estava cometendo um erro gravíssimo em deixá-la com alguém que a ama de maneira incondicional e que me criou (nesse post contei como foi "Primeira noite longe") .
O que mudou para essas férias? Malu iria para a minha mãe e ficaria uns 15 dias longe de nós. Confesso que tremi na base, chorei e não consegui. Eu precisava de um meio termo de dias, pois ela já tinha ficado uma semana longe, então uns 10 dias eu acho que aguentaria. 
Depois de muitas conversas e acertos, minha mãe conseguiu vir buscá-la para que fossem apenas 10 dias e não 15 como tinha pensado no começo. 
Mas a minha ideia hoje aqui no blog é vir conversar com vocês para ajudar que também consigam deixar os seus pequenos dormirem longe de vocês, pelo menos, 1 dia. Notei que algumas mães tem dificuldade até que os filhos fiquem longe por algumas horas e não estamos falando de mães de bebês pequenos, mas com crianças na idade da Malu com 7 anos ou até maiores. 

A primeira vez que fiquei longe foi por umas 2 horas para resolver burocracias, a Maria Luísa tinha 1 mês e meio. Devo parecer uma péssima mãe para muitas, mas precisava resolver problemas do plano de saúde e achei que ela ia se estressar demais estando conosco. Eu estava certa, dei de mamar para ela, saí e quando voltei ela ainda estava super bem com a minha mãe sem sentir falta da minha presença e sem ter tido necessidade de levá-la para um lugar nada legal para bebês.
Aos poucos eu também tentei voltar a uma rotina que me enxergasse e comecei a fazer drenagem numa massagista que era minha vizinha. Durava apenas 1 hora e nesse período era o Daniel que cuidava da Malu. 
Fazia o mesmo esquema de dar de mamar antes de sair e quando voltava ela não estava chorando, pois ainda estava no tempo dela não sentir fome. 
Eu sei que acreditamos que somente nós somos as melhores pessoas para cuidarmos dos nossos filhos e estamos super certas, ninguém cuidará como nós, mas não quer dizer que estejam mal cuidados. E tanto as crianças como nós precisamos desse tempo.
Uma mãe feliz e sem sobrecarga, é uma pessoa com muito mais capacidade psíquica de cuidar do seu filho com qualidade.  
Depois que a Malu não mamava mais exclusivamente no peito ficava mais fácil de sair por mais tempo. Quando ela tinha 9 para 10 meses foi para a escolinha e isso ajudou na minha adaptação de ficar mais longe dela, pois é um fato que aquele período de adaptação são para as mães e não para eles. 
Só depois que ela tinha 1 ano que conseguimos ficar uma noite longe, como falei no texto na época, não foi fácil, chorei bastante, mas foi ótimo para nós. 
No ano de 2014, quando ela tinha 2 anos, nós viajamos sozinhos pra Recife e minha mãe ficou com a Malu em casa, ficamos uns 4 dias longe. Chorei muito, ela também sentiu falta, mas estava na casa dela com a sua rotina, então foi bem mais fácil.

Então vamos para as dicas de como deixar seu filho dormir fora de casa ou longe de você:
- tudo precisa ser aos poucos e gradual. Não adianta de uma hora para outra deixar seu filho com alguém sem antes ter uma adaptação.
- comece deixando seu filho ficar com outro cuidador durante 1 hora (deixo você ligar pra saber como ele está apenas 1 vez. Combinado?).
- a partir dessa primeira vez, vá aumentando o tempo.
- aí chegamos na possibilidade do seu filho dormir longe de você. O melhor é que na primeira vez ele fique no lugar que esteja acostumado para não modificar a sua rotina, o deixando mais tranquilo. 
Conosco, estávamos 1 semana na minha mãe, então não mudei a rotina dela daquele momento, inclusive ela dormiu no mesmo lugar dos dias que estava com ela para que não sofresse qualquer modificação.
- a partir daí e depois de muito choro da primeira vez, tu entendes que todos sobreviveram e podes repetir a dose.
- a ideia agora é aumentar a quantidade de dias longe e assim faça também de forma gradual. 

Mais pra frente chegamos na possibilidade do teu filho dormir na casa de um coleguinha. 
Aí vamos para a minha experiência, precisei de urgência e confiava nos pais do coleguinha da Malu. 
Tínhamos um compromisso do trabalho do Daniel e eu estava sem babá que eu conhecesse em Porto Alegre, a que eu tinha confiança naquele dia não poderia me atender. Joguei no grupo da turma do colégio da Maria Luísa que precisava de ajuda em indicação e uma das mães disse que a Malu poderia dormir na sua casa. 
É uma família que somos super amigos, tinha muita confiança e assim a Malu foi dormir fora pela primeira vez.
Como a Malu já estava acostumada a ficar com a minha mãe, foi super tranquilo. Por isso enfatizo a importância em adaptar a criança a dormir longe da gente. 

Entendo que muitos pais as vezes resolvam não ir aos compromissos, mas senti que estava também limitando a Malu a novas experiências. Inclusive para as futuras festas do pijama, que aqui já começaram e ela já foi em umas 4. 

Também penso nas possíveis emergências bem reais e não apenas compromissos de trabalho. Nossa família toda é de fora de Porto Alegre, tirando o meu pai que tem a sua empresa aqui e mora na cidade ao lado. 
Em 2016 meu sogro ficou super doente e acabou falecendo. Foi necessário que fossemos às pressas para o Rio de Janeiro e minha mãe correu de Rio Grande pra ficar com a Malu. 
Não tínhamos outra opção, pois levar uma criança para tudo que estaria acontecendo lá, não seria nada legal e foi preciso deixá-la com a avó em casa. 
Ficamos mais ou menos uns 5 dias fora e então toda a adaptação já feita anteriormente foi bem importante, o que nos deixou tranquilos. 

Eu sei que muita gente gosta de nos julgar por decisões que possam parecer que estejamos pensando somente em nós, mas não se culpe por isso. É necessário que tenhamos momentos só nossos, ou apenas com nossas amigas, ou com nosso marido e os nossos filhos também precisam estar seguros com a nossa distância. Isso acaba refletindo em outras partes da vida deles mais pra frente. 
Eles sabem que sempre estaremos aqui, mas é preciso prepará-los para a nossa ausência (mesmo que seja de pouco tempo), isso lhes dá segurança para construírem seus próprios caminhos. 


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