Semana Paternidade Ativa: Daniel (o marido)

E hoje a última entrevista da Semana Paternidade Ativa do blog.
Bom, eu teria outros pais muito legais para chamar, mas eu não poderia deixar de fora o que me fez realmente a entender o que é ser pai, o que é amar incondicionalmente seu filho desde o primeiro minuto, a se desdobrar para acompanhar todos os momentos, fazer questão de estar presente e se sentir presente, de amar ir à praça e correr com o filho. 
Aquele, que também foi o que quis fazer parte da minha vida para sempre, Daniel, o marido.

Vou contar que tivemos um probleminha técnico, eu fiz as perguntas na minha agenda e ia mandar por email para ele, ele resolveu tirar foto da agenda para ser mais rápido e mandou as respostas por email, viemos para a casa da minha mãe e eu não tinha visto o email que ele me mandou. Ao abrir vi que ele não tinha colocado as perguntas no corpo do email, a agenda eu deixei em casa e o marido apagou a foto das perguntas. Então as perguntas foram lembradas, mas acho que as respostas estão perfeitas.


Vamos à entrevista.

Mamãe em Construção: Para que o pessoal possa te conhecer antes de mim e da Maria Luísa chegarmos na tua vida... Como foi e é a tua relação com o teu pai? 
Daniel: A minha relação com meu pai sempre foi ótima. Ele sempre demonstrou muito amor e carinho por nós. Sempre foi muito brincalhão e piadista, mas tanto eu como minha irmã sabíamos a hora em que ele falava sério, e nunca nos faltou respeito por conta disso.

Mamãe em Construção: O teu pai foi um pai participativo na criação de vocês?
Daniel: Meu pai sempre foi muito participativo. Ele ficou algum tempo desempregado, infelizmente, e minha mãe segurava a onda sozinha em casa, mas, em compensação, papai fazia todo o restante do "serviço". Era ele quem estudava comigo, por horas a fio, principalmente quando eu estava estudando pro concurso de admissão do CMRJ, há longínquos 23 anos... Ele espalhava milhares de cartazes pela casa, com regras gramaticais, mapas, resumos, enfim. 

Mamãe em Construção: Tu tinhas vontade de ser pai? Tu tens o teu pai como exemplo no teu estilo de ser pai?
Daniel: Sempre tive uma vontade imensa de ser pai, e o meu pai sempre foi o meu maior exemplo. Não só pela diversão que era nossa relação, mas também pelo carinho que ele sempre demonstrou. Mas hoje vejo que eu e Rafa, muitas vezes, entrávamos em conflito com mamãe por não entendermos que os dois eram muito diferentes na forma de abordar o que nós fazíamos ou deixávamos de fazer. Papai sempre teve um pavio maior para as nossas mal-criações, o que para a criança é muito melhor, não que isso esteja certo... E acho que até nisso ele foi exemplo, porque hoje eu evito ser leniente a ponto da Malu vir a pesar injustamente a balança pra qualquer um do lados, evitar aquela imagem de que só um é o "carrasco". Papai sempre foi um grande amigo, mas às vezes nós nos aproveitávamos disso pra nos darmos bem... 


Mamãe em Construção: Quando realmente te sentisse pai?
Daniel: Antes da Malu nascer, quando nós contamos pro pessoal da faculdade que estávamos "grávidos", o Vinícius conversou com a gente, depois do FDR Soccer, e disse que quando ele foi pai, no momento em que a filha dele nasceu, ele foi tomado por um amor incondicional, que na gravidez ele ainda não tinha experimentado. E foi exatamente isso que aconteceu comigo também! E acredito que com a maioria dos pais. A mãe é mãe desde sempre, ela ri, chora, sente, sofre, se alegra, desde o dia em que sabe que está grávida, por todas as transformações que ela passa. O pai, não. O pai fica naquela: "legal, o bebê mexeu", "olha o nariz, parece com o teu" (apesar de nem ter entendido onde estava o nariz naquele ultrassom...), porque ele não passa por nenhuma metamorfose durante a gestação, apesar do amadurecimento natural que a gente é obrigado a ter nesse período. Só que no momento em que a Malu nasceu e deu o primeiro choro, eu senti como se um "roto-rooter" gigante tivesse puxado meu estômago, e meus olhos estivessem se abrindo a primeira vez também! É a hora que cai a ficha, a hora do "puta-que-pariu, sou pai!!" É uma sensação avassaladora, um amor realmente incondicional que te toma de uma vez só, inexplicável.
ps: ele tinha que soltar um palavrão


Mamãe em Construção: Qual foi a maior dificuldade que sentisse na paternidade? 
Daniel: O mais difícil na paternidade não são as noites mal-dormidas, o choro, as fraldas, nada disso. Pra mim, é a carga de responsabilidade que recai sobre a gente. A partir dali não dá mais pra deixar nada pro outro dia, não dá pra tomar uma decisão arriscada, de supetão (apesar de ainda fazer de vez em quando...). O teu filho se torna a coisa mais importante pra você, e tudo passa a ser pensado em função disso. É óbvio que o trabalho braçal que um neném demanda, o sono interrompido e todo o resto não são fáceis. Mas nos primeiros meses o mais difícil pro homem (pelo menos pra mim) é conciliar tudo isso com o trabalho e, principalmente, dar atenção à mulher. Ela está numa situação de extrema fragilidade, mas o pai acaba dando atenção quase exclusiva pra criança, não por maldade com a mulher, mas naquela ideia: "olha o tamaninho disso, tão pequenininho... A mãe? Ela já tá grande, daqui a pouco ela se vira!"


Mamãe em Construção: Quando decidistes que serias um pai participativo?
Daniel: Eu nunca pensei "vou ser participativo!" Pra mim isso é algo que deveria ser natural, pelo menos foi assim que eu vi as coisas acontecendo na minha infância. Eu nunca tive dentro de casa aquela visão do pai que senta no sofá vendo TV e tomando uma cerveja e a mãe trabalhando que nem um camelo pelos filhos e pela casa. Então pra mim isso de que o homem tem que "ajudar" é meio fora de contexto. Homem não tem que "ajudar", ele tem que fazer o seu papel de pai, de quem fez o filho junto. Botar filho no mundo pra outros criarem é fácil, mas não é ser pai nem mãe. Logicamente, nem sempre atingimos o nível de excelência na execução das tarefas exigido pelas nossas digníssimas esposas, nem de atenção, mas aí o problema é genético...

Mamãe em Construção: Deixe um recado para os outros papais:
Daniel: Eu não tenho um recado pros papais, não. Acho que, antes de tudo, cada um deve fazer aquilo que acha correto, de acordo com suas circunstâncias. Eu tenho "n" defeitos, então não tenho moral pra dar recado pra ninguém. Deve ter camarada que vai ler isso tudo aqui e pensar "aham, valeu babaca!!", mas acredito que fazer de tudo por quem se ama nunca é demais.

Eu coloquei uma perguntinha só de sacanagem, mas como ele respondeu tão bonitinho que eu resolvi colocar para finalizar a entrevista. 
Mamãe em Construção: Deixe uma declaração de amor para a tua mulher.
DanielEssa é a mais fácil! Eu amo muito minha mulher, e apesar de não conseguir expressar tão bem isso e do meu gênio difícil, ela é a mulher que me fez crescer, amadurecer, aprender a pensar mais nos outros, a fazer o bem, a falar e a dividir alegrias e angústias. Ela foi quem ligou o primeiro "roto-rooter", e é também por ela que a cada dia eu tento me lapidar, como a uma pedra, para que possamos crescer juntos e continuarmos nos amarmos cada vez mais.  


Dani, depois de quase 2 anos de blog pela primeira vez consigo fazer tu participares, muito obrigada!!!
Desde o primeiro minuto do nascimento da Maria Luísa ele se tornou um super pai, trocou fralda desde o primeiro dia na maternidade, acordava na madrugada e dormia sentado colocando a Maria Luísa para dormir, levou banho de cocô, participou de todas as consultas tanto do pré-natal como das idas ao pediatra e é um super contador de histórias de ninar. 
Daniel, obrigada por ser esse pai e marido que participa de todos os nossos momentos. Parabéns pelo dia dos pais!!!!!!

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