E hoje a Semana da Paternidade Ativa continua com uma participação toda especial.
O Piangers faz humor e aí todo mundo pode achar que ele seria aquele homem que não ficaria brincando com as filhas para ficar curtindo com os amigos. Mas ele resolveu sair dessa lógica machista e se transformou num grande pai para as muito figuras Anita e Aurora.
Então vou apresentá-lo, para quem, pode, ainda, não conhecê-lo...
Marcos Piangers, pai da Anita e da Aurora, nascido em Santa Catarina, radialista, sendo um dos integrantes do fenômeno Pretinho Básico, tem uma coluna na Zero Hora que fala sobre a vida como pai de uma forma muito irreverente, e agora está lançando o livro "O Papai é Pop" pela editora Belas Letras.
Vamos à entrevista.
Mamãe em Construção: Gostaria de falar do início da tua vida. Como eu, também és filho de
mãe solteira e como foi na tua casa, como a tua mãe tratou isso contigo? Ela
escondia o que tinha acontecido ou falava abertamente?
Piangers: Minha mãe nunca me contou quem era meu pai. Isso sempre fez com que
minha família criasse as teorias mais malucas. Pessoalmente, nunca morri de
curiosidade: acho que a minha mãe merece todos os méritos por ter sido meu pai
e minha mãe. Mais recentemente ela resolveu abrir o jogo, e é a história mais
comum do mundo: um cara que a engravidou e não quis o filho. Uma história tão
triste, e ao mesmo tempo tão comum.
Mamãe em Construção: Na escola e na vida como era ser um filho de mãe solteira? Lembras de
algum episódio que te marcou?
Piangers: Lembro da minha mãe
chegando atrasada em algumas apresentações do colégio. Coitada, trabalhava,
sustentava a casa e ainda tinha que correr pra ver apresentações escolares,
sempre sofríveis. Ela foi uma guerreira, como toda mãe solteira.
Mamãe em Construção: Sempre pensaste que ao seres pai farias tudo diferente?
Piangers: Não. Sempre quis ser pai mas também tinha aquela visão que a sociedade
passa, do pai que paga as contas e fica vendo tv e bebendo cerveja. Ainda mais
pra mim, que não tive exemplo em casa, essa figura paterna totalmente patética
ainda foi meio forte no começo da paternidade. Aprendi a ser um bom pai
lembrando da minha mãe e vendo minha mulher.
Mamãe em Construção: Como foi ser pai? O que mudou na tua vida?
Piangers: Aprendi a apreciar os momentos mais triviais, a valorizar o esforço da
minha mãe, a cultivar laços de amor com outras pessoas, a ouvir e me interessar
por histórias infantis, a entender que é preciso ser doce e bondoso com as
pessoas, que não há motivo para ser grosseiro ou impaciente. Mais do que ser um
pai melhor, virei um ser humano melhor.
Mamãe em Construção: O que é pra ti ser um pai participativo, fazer teu papel de pai?
Piangers: Tudo. O pai presente é aquele que conseguiria fazer tudo: lavar a louça,
limpar a casa, trocar fralda, colocar pra dormir, acordar de madrugada, contar
história, dar banho, pagar as contas. Não há departamento da mãe e
departamento do pai. Todos os departamentos são dos dois. Quanto mais
participação melhor.
Mamãe em Construção: Desde o início trocaste fralda, deste banho, colocaste pra
dormir?
Piangers: Sim, essas coisas são básicas. Mas, com o tempo, aprendi a ficar mais
tempo com elas. Menos trabalho e cerveja com só amigos pra poder ficar mais com
elas. Porque passa rápido e eu nunca vi alguém dizer no leito de morte: “Devia
ter ficado menos tempo com a minha família”.
Mamãe em Construção: Achas que precisaste de um apoio da tua mulher para fazer essas
atividades? E tu achas importante o estímulo/ajuda da mãe?
Piangers: Dizem que as filhas são mais do pai, os meninos ficam mais com a mãe. Lá
em casa minhas filhas adoram estar comigo e brincar comigo mas se minha mulher
viaja sentem uma falta danada dela. O que a criança gosta é de segurança:
querem a rotina que estão acostumadas. Mãe e pai presentes e atenciosos.
Mamãe em Construção: O que te fez começar a escrever a tua coluna no ZH sobre a paternidade
e os teus dias com as tuas filhas?
Piangers: Comecei a desenhar cartoons com as coisas engraçadas que a Anita me
falava. Como por exemplo: “Quero casar logo porque também quero mandar em
alguém”. Depois comecei a escrever essas histórias. Em 2013 a ZH começou a
publicar e com o tempo as pessoas passaram a se identificar muito com os
textos.
Mamãe em Construção: Como veio o livro "O Papai é Pop”?
Piangers: A editora me ligou em 2014
para publicar os textos que eu já tinha. Escrevi então mais alguns exclusivos
pro livro. Cada texto que fazia muito sucesso, como o “Melhores Pais do Mundo”
ou “Ser pai é fazer contas” eu pensava que esse seria o título do livro. Então
me veio o nome O Papai é Pop, por causa da música dos Engenheiros do Hawai, o
Papa é Pop. Como o Humberto Gessinger é da mesma editora, foi fácil liberar o
título.
Mamãe em Construção: Com ele achas que estás ajudando outros pais? Como?
Piangers: Recebo emails diariamente de pais que se sentem confortados com os
textos, ou estimulados a serem mais presentes. São histórias lindas, que me
emocionam e são meu pagamento. Vou doar toda a minha parte nos lucros do livro,
então essas histórias só reforçam o senso de missão: tornar as famílias mais
unidas, pais mais presentes, mães mais valorizadas.
Mamãe em Construção: Caso pudestes falar algo para o teu "pai" o que dirias a ele
hoje, com a tua experiência de pai?
Piangers: Tente sempre ser melhor.
Mamãe em Construção: O que achas que a tua paternidade ativa faz para as tuas filhas?
Piangers: Quero trazer segurança pra elas. Que elas saibam que sempre podem contar
comigo, pra tudo, pra sempre.
Mamãe em Construção: Terias um recado para os papais neste dia dos pais que se aproxima?
Piangers: Ser pai é mais do que fotos bonitas nas redes sociais. Ser pai tem
momentos chatos e cansativos. Ser pai é se apaixonar pelas trivialidades, pelo
dia a dia. Ser pai é se emocionar com as coisas mais banais. Aproveite, que
passa rápido.
Piangers, muito obrigada pela participação, muito obrigada pela tua coluna na ZH e muito obrigada pelo livro, pois sei que para muitos pais será o começo para uma nova paternidade, paternidade consciente de que só pagar as contas não conta, o que conta é o abraço, os sorrisos, os banhos com brincadeiras, o amor.
E para quem gostou e quer saber mais um pouco sobre o livro e como comprá-lo, entrem no site Papai Pop.
Hoje, o Piangers, faz sessão de autógrafos aqui em Porto Alegre, na livraria Cultura do Shopping Bourbon Country, às 19h.
E quem é de Santa Catarina pode conferir nas seguintes datas e locais:
Dia 15 de agosto, sábado às 17h sessão de autógrafos na livraria Saraiva do Shopping Beira Mar – FLORIPA
Dia 16 de agosto, domingo às 17 horas sessão de autógrafo e fotos no Norte Shopping - BLUMENAU
Dia 29 de agosto, sábado às 20h sessão de autógrafos na livrarias Curitiba/Catarinense do Shopping Mueller – JOINVILLE
E só lembrando, toda a renda do livro será doada, então é mais do que dar um presente super legal para um papai, estarás ajudando quem preciso. Parabéns, Piangers, por mais um gesto tão bacana como esse.
ps: todas as imagens retiradas da página do facebook do próprio Piangers.
